legalidade do vale tudo causa polêmica em Nova York
As artes marciais mistas (mais conhecidas como MMA ou vale tudo) não são consideradas legais no Estado de Nova York, mas isso não impediu o Madison Square Garden de montar o ringue.
A Radio City Music Hall, operada pela mesma organização, abrigará na quarta-feira uma entrevista coletiva para o programa do sábado do Ultimate Fighting Championship (UFC), em combates que serão disputados em Newark, Nova Jersey. As lutas, no Prudential Center e já com ingressos esgotados, serão exibidas ao vivo no telão da Radio City.
A companhia também tem um acordo de co-promoção com a Bellator Fighting Championships, uma organização menor de vale tudo sediada em Chicago, para realizar lutas em uma casa de espetáculos controlada por ela em Chicago e em um teatro de Boston.
"O esporte de mais rápido crescimento no mundo parece se encaixar perfeitamente na arena mais famosa do planeta", disse Scott O'Neill, presidente da Madison Square Garden Sports.
Apesar da queda da receita de alguns times e ligas esportivas dos Estados Unidos durante a crise econômica, o público do vale tudo continua em alta. O evento do UFC no sábado arrecadará pelo menos US$ 4 milhões (cerca de R$ 7 milhões) em bilheteria.
Melvina Latham, presidente da Comissão de Atletismo do Estado de Nova York, expressou apoio à legalização do esporte e o ímpeto nesse sentido parece estar crescendo em paralelo com o déficit nas contas estaduais. Lorraine Cortes-Vazquez, secretária de Estado de Nova York, defendeu a legalização e regulamentação do vale tudo em um artigo publicado pelo jornal Albany Times Union. Ela justificou seu apoio mencionando benefícios econômicos, entre outros.
O governador David Paterson incluiu a proposta de legalização do esporte entre as novas fontes de arrecadação planejadas, em sua proposta orçamentária apresentada em dezembro. Mas quando o vice-governador Richard Ravitch apresentou um plano de resgate financeiro de cinco anos, este mês, não mencionou quaisquer programas específicos nesse sentido. A UFC espera que o potencial econômico dos eventos da modalidade em Nova York mantenha o vale tudo nos planos de arrecadação estaduais.
"Temos pessoas que vêm do mundo inteiro para assistir aos nossos eventos", disse Dana White, presidente da UFC. "Isso representa muitos quartos de hotel, muitas compras". E, esta semana, muita agitação em Nova York, para um esporte que continua proibido.
O'Neil não vê contradição em promover um evento que será realizado em outra arena. "Realizamos aqui entrevistas coletivas para diversos eventos que acontecem em outros lugares", afirmou.
O'Neil negou que o Madison Square Garden estivesse tentando provar alguma coisa ao demonstrar a receita que o programa de lutas poderia gerar caso realizado em Manhattan.
White disse que a UFC estava simplesmente fazendo o seu trabalho, promovendo um evento da maneira mais visível em um grande mercado. "Não somos um esporte para poucos", disse. "Temos milhões de fãs".
O número de torcedores vem crescendo em paralelo ao de Estados que aprovaram a modalidade. Um esforço de lobby comandado por Marc Ratner, vice-presidente de assuntos regulatórios da UFC, resultou na liberação do esporte em 44 Estados. "Não estamos mais discutindo se o Vale Tudo será liberado em Nova York, e sim quando", disse Ratner.
Mas os adversários da modalidade não pretendem desistir. O deputado estadual Bob Reilly, democrata, se opõe ao esporte por motivos morais. Discorda da projeção de Paterson de que o vale tudo representaria arrecadação anual de US$ 2 milhões (R$ 3,5 milhões) para o Estado. "É violência pela violência", diz o legislador. "E violência gera violência".
White rebateu dizendo que o esporte talvez não seja para todos e que "há menos lesões sérias na UFC do que em campeonatos de animadoras de torcida".
Bjorn Rebney, presidente da Bellator, não participa do lobby em Nova York mas gosta do envolvimento do Madison Square Garden com seu esporte. A organização dele tem contrato com a Fox Sports para televisar lutas e com a rede NBC de televisão para um programa semanal com os melhores momentos dos combates. "Se alguém do Madison Square Garden liga, você presta atenção", disse.
Rebney acrescentou que "se a UFC realizar um grande evento lá, seria como as grandes lutas de Muhammad Ali".
Reilly está trabalhando para impedir que isso aconteça. Enviou uma carta assinada por 48 dos 150 deputados estaduais de Nova York ao presidente da Assembléia, Sheldon Silver, solicitando que a liberação do vale tudo seja excluída do processo orçamentário. Mas caso esse esforço fracasse, disse, os problemas orçamentários do Estado são sérios demais para que uma disputa sobre o vale tudo paralise o debate.
"Eu não votaria contra, nesse caso", disse Reilly, "porque o montante envolvido seria apenas uma pequena fração do orçamento".
Tradução de Paulo Migliacci
Fonte: www.terra.com.br
A Radio City Music Hall, operada pela mesma organização, abrigará na quarta-feira uma entrevista coletiva para o programa do sábado do Ultimate Fighting Championship (UFC), em combates que serão disputados em Newark, Nova Jersey. As lutas, no Prudential Center e já com ingressos esgotados, serão exibidas ao vivo no telão da Radio City.
A companhia também tem um acordo de co-promoção com a Bellator Fighting Championships, uma organização menor de vale tudo sediada em Chicago, para realizar lutas em uma casa de espetáculos controlada por ela em Chicago e em um teatro de Boston.
"O esporte de mais rápido crescimento no mundo parece se encaixar perfeitamente na arena mais famosa do planeta", disse Scott O'Neill, presidente da Madison Square Garden Sports.
Apesar da queda da receita de alguns times e ligas esportivas dos Estados Unidos durante a crise econômica, o público do vale tudo continua em alta. O evento do UFC no sábado arrecadará pelo menos US$ 4 milhões (cerca de R$ 7 milhões) em bilheteria.
Melvina Latham, presidente da Comissão de Atletismo do Estado de Nova York, expressou apoio à legalização do esporte e o ímpeto nesse sentido parece estar crescendo em paralelo com o déficit nas contas estaduais. Lorraine Cortes-Vazquez, secretária de Estado de Nova York, defendeu a legalização e regulamentação do vale tudo em um artigo publicado pelo jornal Albany Times Union. Ela justificou seu apoio mencionando benefícios econômicos, entre outros.
O governador David Paterson incluiu a proposta de legalização do esporte entre as novas fontes de arrecadação planejadas, em sua proposta orçamentária apresentada em dezembro. Mas quando o vice-governador Richard Ravitch apresentou um plano de resgate financeiro de cinco anos, este mês, não mencionou quaisquer programas específicos nesse sentido. A UFC espera que o potencial econômico dos eventos da modalidade em Nova York mantenha o vale tudo nos planos de arrecadação estaduais.
"Temos pessoas que vêm do mundo inteiro para assistir aos nossos eventos", disse Dana White, presidente da UFC. "Isso representa muitos quartos de hotel, muitas compras". E, esta semana, muita agitação em Nova York, para um esporte que continua proibido.
O'Neil não vê contradição em promover um evento que será realizado em outra arena. "Realizamos aqui entrevistas coletivas para diversos eventos que acontecem em outros lugares", afirmou.
O'Neil negou que o Madison Square Garden estivesse tentando provar alguma coisa ao demonstrar a receita que o programa de lutas poderia gerar caso realizado em Manhattan.
White disse que a UFC estava simplesmente fazendo o seu trabalho, promovendo um evento da maneira mais visível em um grande mercado. "Não somos um esporte para poucos", disse. "Temos milhões de fãs".
O número de torcedores vem crescendo em paralelo ao de Estados que aprovaram a modalidade. Um esforço de lobby comandado por Marc Ratner, vice-presidente de assuntos regulatórios da UFC, resultou na liberação do esporte em 44 Estados. "Não estamos mais discutindo se o Vale Tudo será liberado em Nova York, e sim quando", disse Ratner.
Mas os adversários da modalidade não pretendem desistir. O deputado estadual Bob Reilly, democrata, se opõe ao esporte por motivos morais. Discorda da projeção de Paterson de que o vale tudo representaria arrecadação anual de US$ 2 milhões (R$ 3,5 milhões) para o Estado. "É violência pela violência", diz o legislador. "E violência gera violência".
White rebateu dizendo que o esporte talvez não seja para todos e que "há menos lesões sérias na UFC do que em campeonatos de animadoras de torcida".
Bjorn Rebney, presidente da Bellator, não participa do lobby em Nova York mas gosta do envolvimento do Madison Square Garden com seu esporte. A organização dele tem contrato com a Fox Sports para televisar lutas e com a rede NBC de televisão para um programa semanal com os melhores momentos dos combates. "Se alguém do Madison Square Garden liga, você presta atenção", disse.
Rebney acrescentou que "se a UFC realizar um grande evento lá, seria como as grandes lutas de Muhammad Ali".
Reilly está trabalhando para impedir que isso aconteça. Enviou uma carta assinada por 48 dos 150 deputados estaduais de Nova York ao presidente da Assembléia, Sheldon Silver, solicitando que a liberação do vale tudo seja excluída do processo orçamentário. Mas caso esse esforço fracasse, disse, os problemas orçamentários do Estado são sérios demais para que uma disputa sobre o vale tudo paralise o debate.
"Eu não votaria contra, nesse caso", disse Reilly, "porque o montante envolvido seria apenas uma pequena fração do orçamento".
Tradução de Paulo Migliacci
Fonte: www.terra.com.br
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